Fabiano é o segundo dos nove filhos do seu Antenor e da dona Tania. Quando crianças, somente a renda do pai, que trabalhava como pintor, sustentava a família. Foi assim que Fabiano cresceu, mas, apesar de todas as dificuldades, nunca deixou de sonhar. Quando foi para o segundo grau, hoje Ensino Médio, no Colégio Manoel Ribas, pôde chegar mais perto do que gostava: a arte.
Na escola, participava de todas as atividades artísticas. Queria mais. Queria dançar. Um sonho que ele guardava quietinho, afinal de contas, dança era coisa de menina. Ele voltou ao colégio depois do segundo grau para trabalhar, fazia de tudo no Maneco, contratado pelo Círculo de Pais e Mestres. Foi o diretor da época, professor Tarciso Ceolin, que o chamou. Lá, ficou por cinco anos. Participava do grupo de teatro, da Banda – era o porta-bandeira –, e, enfim, chegou na dança, com a professora Pâmela Irion, que era de um grupo de hip-hop que funcionava no Bombril.
Nessa época, Fabiano foi convidado para integrar a Cia de Dança Afro Euwá-Dandaras, onde está até hoje. Em 2009, entrou para a Companhia de Dança Impacto das Ruas, também do Maneco. Em 2011, entrou para a Royale – escola de Ballet clássico. E ainda encontra tempo para ser coreógrafo na escola de samba Barão do Itararé.
Sim, o Fabiano dança até hoje. Trabalha diariamente como promotor de vendas. Dança todos os dias. Dá aula de danças numa escola três vezes por semana. Folga? Só no domingo. Mas é assim, dançando, que o Fabiano se encontra. Ele é o único bailarino da Cia de Dança da Royale. Para esse obstinado bailarino, o ballet é a base para as outras modalidades.
Sim, o filho do seu Antenor e da dona Tania vive feliz da vida nos palcos da dança. Foi no palco do Theatro Treze de Maio, depois do espetáculo #emmemoriadelas, da Royale, que o Fabiano se emocionou dia desses, contando sua história. Não é pra menos.
Sabe por que eu estou contando esta história? Para dizer e para comprovar o quanto são importantes as políticas públicas de incentivo à cultura. A diferença que a arte e a cultura pode fazer na vida das crianças, no presente e no futuro. Para mostrar e, quem sabe, sensibilizar às pessoas físicas e jurídicas que podem, sim, tirar a mão do bolso e contribuir para ações culturais como todas essas que eu citei.
Há muitas ações que merecem a sua atenção. Para citar algumas, tem o Atoque, que, há 15 anos, faz da percussão uma meio de fazer diferença. A Royale, que está há quase 20 anos formando bailarinas. Bailarinas? Não, necessariamente. Está há quase duas décadas fazendo com que meninos e meninas tenham outra perspectiva de vida. Tem o Orquestrando Arte, que, por meio dos instrumentos de corda e sopro, desenvolve um trabalho de inclusão importantíssimo na região oeste da cidade. Tem as ações que fazem com que a criançada tenha acesso ao teatro. Possa aprender a tocar um acordeon. A cantar. A interpretar. A viver.
E onde você entra nisso? Esse é o nosso próximo assunto. Você pode fazer diferença na vida de alguém. Simples assim!